Em tempos de facebook, twitter e todo o imediatismo da internet, a brincadeira com “brinquedos formais”, tem ficado em segundo plano tanto para as famílias quanto para as crianças.
Mas porque devemos incentivar nossas crianças a brincar? Qual são os benefícios do brinquedo no desenvolvimento infantil?
Desde o nascimento, o bebê vai conhecendo o mundo por suas experimentações, suas tentativas de acerto e erro e pelo brinquedo (brincadeira), que é o se colocar em outro lugar, personagem ou objeto que ela almeja conhecer ou se identifica.
É através da brincadeira que percebemos os medos das crianças, em que nível cognitivo estão e sua facilidade ou dificuldade em lidar com o limite e a frustração.
Se a criança não brinca, principalmente com outras, seu senso de partilha, criatividade, noções topológicas, organização espacial, autonomia, senso crítico, sociabilidade, motricidade, raciocínio lógico e a própria aprendizagem formal não são desenvolvidas de acordo com a faixa etária que ela se encontra.
Pesquisas recentes da neurociência e área médica estão trazendo dados importantes sobre essa nova geração de crianças, que descobrem o mundo através dos olhos da internet. Estes estudos apontam que, em geral, estas são crianças mais irritadiças, com baixa tolerância a frustração, mostram-se mais egocêntricas e com muita propensão a problemas relacionados à visão.
Toda criança tem o direito e o dever de brincar em todos os tipos de espaços. E nós, como pais e educadores/terapeutas temos o dever de zelar por este direito, fazendo com que elas se socializem com outras crianças, que freqüentem parques e pracinhas e que tenham, no mínimo, uma hora destinada ao brinquedo livre por dia, estando longe da tecnologia e deixando a imaginação fertilizar e brotar.
Através do brinquedo a criança estará desenvolvendo a imaginação, a noção de regras e normas, tolerância, desenvolvimento motor, dentre tantas outras habilidades.
Este é o momento exato onde todos devemos resgatar e proporcionar para as crianças o gosto pelo brincar. Que seja em qualquer lugar, com qualquer brinquedo, mas que seja prazeroso e cheio de fantasia e simbolismo.
Artigo escrito por Vanessa Cardoso Diehl – Psicopedagoga – Pp 1159/12 – Especialista em Neuropsicologia
Referências:
CRAIDY, Carmem. Educação Infantil: Pra que te quero? Ed. ARTMED. Ano 2001.